Tatiana Fasolari explica os benefícios das construções temporárias
Por Tatiana Fasolari, vice-presidente da Fast Engenharia
O setor de construção civil é uma das que mais causa impacto ecológico, sendo necessário o setor buscar medidas sustentáveis que não tragam riscos ao meio ambiente. Segundo pesquisa realizada pela ONU, 38% do gás carbônico na atmosfera é oriundo da construção civil, de acordo com a associação World Business Council for Sustainable Development, só a produção de cimento corresponde a 8% das emissões.
No Informativo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) foi previsto que o ramo terá um crescimento de 2,5% em 2023. Tornando-se a sustentabilidade na construção civil uma necessidade que deverá ganhar mais espaço nos canteiros de obra.
Uma ótima solução para essa questão são as construções temporárias, que nada mais são do que estruturas desmontáveis que podem ser montadas de forma rápida e econômica, como também, reaproveitadas. Infraestruturas temporárias são tendência em grandes eventos e permitem uma solução ecológica.
A empregabilidade de novas tecnologias na realização dessas construções auxilia ainda mais na sustentabilidade ecológica dessas arquiteturas. O uso de materiais renováveis como, por exemplo, o do tijolo sustentável, onde 90% de sua matéria-prima provém de resíduos de construção, ou até mesmo, tintas ecológicas, feitas de insumos naturais e que não possuem em sua composição componentes derivados do petróleo diminuem a produção de resíduos sólidos, como também, o uso de recursos naturais.
De acordo com um estudo realizado pelo United States Green Building (CBC) em 2020, o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de países que mais possuem obras sustentáveis no mundo. São essas tecnologias de última geração que nos ajudam a melhorar as decisões sustentáveis e a aprimorar equipamentos utilizados nas construções.
Outro ponto que merece destaque é como as construções temporárias podem ser utilizadas como moradias flexíveis e como este mercado ao longo dos anos veio ganhando o gosto principalmente dos jovens brasileiros, já que segundo um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) em 2020, 82% dos entrevistados revelaram que gostariam de experimentar esse tipo de moradia.
Isso ocorre devido às moradias flexíveis, terem condições que cabem dentro do bolso desses consumidores permitindo, por exemplo, realizar contratos de locação por um período mais curto de tempo, podendo estes serem de dias ou meses. Além de darem ao consumidor mais opções na escolha da localização e tamanho do imóvel.
Esse mercado, chamado de Built-to-Rent, pode ser considerado hoje um dos que mais investem em empreendimentos sustentáveis na construção, uma vez que as pessoas buscam atualmente utilizar a moradia como serviço e não como um bem, se tornando um movimento sustentável e favorecendo imóveis prontos.
A adaptação à agenda ecológica não é um processo rápido em nenhuma área, muito menos na construção civil. As expectativas e metas sustentáveis continuarão a crescer e as empresas serão cada vez mais cobradas com relação às suas práticas. Quem sair na frente, terá vantagem nessa corrida.
*Tatiana Fasolari é vice-presidente da Fast Engenharia, maior empresa de overlays da América Latina.