Mão de obra carcerária surge como alternativa econômica e social para empresas e detentos
Podcast “Chama na Responsa” aborda temas relacionados a ESG, economia e políticas públicas
A população carcerária de Minas Gerais, entre 2022 e 2023, exerceu alguma atividade laboral. Atualmente, há 60 mil presos, o que representa um aumento de 12,3%. Hoje em dia, há mais de 18 mil indivíduos privados de liberdade realizando algum trabalho. É o que aponta Paulo Duarte, Diretor de Trabalho e Produção da Policia Penal de MG, durante uma entrevista com Renato Loffi, do grupo Treinitec, no Podcast “Chama na Responsa”.
O podcast vai abordar temas relacionados a governança, políticas públicas, ESG, economia, acessibilidade, tudo sob o olhar imparcial do empresário e de seus convidados.
Duarte afirma que a Polícia Penal de MG compreende a importância de reinserir os presidiários na sociedade por meio de empregos formais, distanciando-os do crime organizado. Para integrar o programa , os encarcerados passam por diversas avaliações, com diferentes profissionais, como psicólogos e assistentes sociais, para serem considerados aptos a exercer funções fora da unidade prisional. Outra iniciativa é capacitar o detento por meio de ações e projetos educacionais. 19 mil presos participam da educação ou do trabalho no sistema.
Renato Loffi compreende a importância da ressocialização para a população carcerária e reconhece os estigmas que são enfrentados por eles: “Muitos desses presos não tiveram oportunidade de ser um ser social, a ressocialização parte do momento em que vocês da polícia penal, de todo o sistema de empresários e do próprio poder público fazem com que ele se desenvolva como tal, porque eventualmente lá atrás na sua infância esse indivíduo que era uma criança nunca teve talvez oportunidades”.
Do ponto de vista empresarial, adotar a mão de obra proveniente da sociedade cativa proporciona benefícios financeiros, como isenção de aluguel e IPTU e do baixo investimento em mão de obra. Concomitantemente, o detento encontra uma oportunidade de adquirir renda e uma profissão durante o cumprimento de pena, além de redução penal e recuperação de dignidade.
Durante a conversa, estimou-se que se houvesse 20 mil internos no programa, cerca de um terço dos reclusos estaria em atividade. Este representa o contexto de uma economia cada vez mais orientada pela sustentabilidade e responsabilidade social. Empresas e prefeituras têm a chance de trabalhar em conjunto. Trata-se de um modelo viável e benéfico de colaboração entre setores privados e públicos.
“A gente fica muito honrado por saber que vocês (Polícia Penal) hoje têm esse trabalho. E a gente, eventualmente, como empresa de inclusão, como empresa que busca gerar oportunidades, tem o prazer de recebê-los aqui. Parabéns ao pessoal da Polícia Pena”, conclui Loffi.
Link podcast: youtube: https://youtu.be/P71Ps55gZGE?feature=shared