Vida nas estradas: caminhoneira comenta necessidade de defesa pessoal feminina para mulheres que estão atrás do volante
Motorista e empresária, Ana Carolina Silva, conhecida como “Tal da Loira”, comenta sobre a importância da proteção individual dentro do ramo rodoviário
Nos últimos anos, o Brasil tem encarado um aumento exponencial da violência contra a mulher. Isso evidencia as problemáticas existentes nas relações sociais e o déficit das políticas públicas de proteção no país. De acordo com o Fórum de Segurança Pública, em conjunto com o Instituto Datafolha, foram mais de 18 milhões de mulheres vítimas de violência em 2022, cerca de 50 mil por dia.
Empresária no ramo do transporte e caminhoneira, Ana Carolina Silva, também conhecida como a Tal da Loira, compartilha sua rotina diária nas estradas. Por ser um ambiente considerado majoritariamente masculino, Ana teve que passar por diversos obstáculos e um deles em especial, a segurança feminina nas rodovias.
“O ambiente rodoviário me trouxe grandes possibilidades, mas junto dele existem muitas dificuldades e obstáculos. A violência no trânsito acontece por diversos. A falta de respeito e educação de alguns motoristas supera qualquer problema viário”, comentou.
Por isso, em análise à situação, a Tal da Loira reconhece o potencial e a necessidade da estimulação da defesa pessoal como requisito para todas as mulheres. Ela afirma que os benefícios dessa proteção são numerosos, como aumento da confiança, autoestima e segurança no geral, concentração, disciplina, agilidade, coordenação, estabilidade e principalmente, autoconhecimento e consciência corporal individual e externa.
“A defesa pessoal tem o potencial de capacitar a antecipação ao perigo e de análise rápida da situação. Por isso, quando executada, deve ser rápida, calculada e direta”, disse.
“Depois que perdi meu pai, tive que aprender a me virar sozinha e tomei como responsabilidade cuidar da minha irmã e minha mãe. Foi assim que acabei entrando no mundo dos caminhões. Ser mulher na estrada não é uma coisa fácil. Acham que somos menos, frágeis e que podem tentar qualquer coisa. Por isso, eu considero a defesa pessoal um artificio essencial na vida de toda mulher, seja ela caminhoneira ou não. Porque, infelizmente, estamos sujeitas a essas inconveniências a todo momento”, concluiu a caminhoneira.