Especialista em saúde integrativa, Dr. Luis Henrique de Oliveira conta como terapias trouxeram um novo olhar para doenças
Dr. Luis Henrique de Oliveira, junto com o esposo, vivenciaram um câncer e encontraram conforto através da medicina integrativa
As novas técnicas medicinais têm ajudado pacientes a enfrentarem processos de tratamento de forma mais leve. Nessas novas abordagens, são usados métodos humanizados e eficientes. Associadas aos cuidados da medicina convencional, são feitas práticas meditativas, relaxamento, terapias, entre outras técnicas que tornam o processo mais tranquilo. Além disso, há um estreitamento na relação entre os profissionais da saúde e seus pacientes.
A eficiência das técnicas foi vivida pelo Dr. Luis Henrique de Oliveira – que desde 2005 ajuda milhares de pessoas também através do seu Instagram “vidamaisleve” – quando seu esposo descobriu um linfoma em 2019. Ele conta que o tempo entre o descobrimento do nódulo na axila e o diagnóstico de câncer foi de quase seis meses, e a doença já estava em estágio avançado.
“Ficamos recolhidos, choramos, não contamos para ninguém e decidimos que viveríamos com a máxima dignidade possível. Sabíamos o custo monetário do tratamento, e que era o momento de focarmos e não entrar em nenhuma tentação de vitimização. O Léo sempre foi mais sensível à dor do que eu, e essa foi minha primeira preocupação. Nos organizamos com as despesas, foquei no trabalho, respiramos fundo e recebemos uma ligação do SUS informando que ele internaria em três dias no hospital do câncer da USP (ICESP). Recebemos como um imenso presente da vida, com muita gratidão”, contou.
O Dr. Luis Henrique comenta que toda sua estrada terapêutica e filosófica foi essencial para perceberem as lições que o câncer estava trazendo. De acordo com o especialista, essa postura definiria entre a vida e a morte do esposo. Além disso, mantiveram o tratamento em segredo durante os primeiros dois anos, mesmo com a perda de cabelo do esposo.
“Mantivemos nossos limites claros, para que ninguém inferisse no processo. O aprendizado era nosso. Sabíamos que, vivendo ele juntos, fortaleceríamos a nossa relação a um nível inquebrantável. Fomos acolhidos com um amor imenso por toda a equipe. Entendemos que estávamos lá também para levar alegria, e não para recebermos ajuda passivamente. O amor da equipe trouxe ainda mais força e apoio”, disse.
“Obviamente, em alguns momentos, o Léo e eu ficamos cansados. Percebíamos como era instantâneo: cansávamos e o corpo respondia com doença. Nos recolhemos em cada um desses momentos e buscamos recursos internos para seguir na jornada. Após dois anos ele continuava refratário ao tratamento, tendo evoluído para metástase. O médico, com muito carinho, disse para ele que a medicina convencional não poderia fazer mais nada, e que ele deveria buscar outra ajuda”, completou.
Segundo o Dr. Luis Henrique, foi nesse momento que houve a aceitação da possibilidade de morte. Eles viram a situação como um descanso. Porém, isso mudou quando o Léo, que estava internado há dias, decidiu-se profundamente por viver. O Dr. Luis relata que, ao visitar o esposo, percebeu que ele havia ganhado força e que havia algo sagrado no quarto.
“Nesse momento, o câncer sumiu, após quase três anos de tratamento. A equipe decidiu fazer um transplante autólogo de medula – dele para ele mesmo – para consolidar a remissão, sendo leve, rápido, com a alta muito antes do prazo previsto e sem nenhum sintoma esperado de um transplante. Em poucos dias ele estava em casa, vivo e visceralmente decidido a viver”, frisou.
“Toda doença tem uma mensagem. Só adoecemos quando rompemos nossos limites, e o corpo então pede socorro. Por mais terrível que a doença seja, ela tem algo para ensinar, e aprender com ela pode tornar-se uma possibilidade incomensurável de potência para viver. Todo destino especial carrega também uma força especial. Sentar-se com o desconforto para aprender com ele é totalmente uma contracultura em um mundo de felicidade absoluta, instantânea e constante. Porém, tem o poder de fazer caber mais mundo em nossos corações, e suportar mais contradições. É assim que vivemos o pacote completo que é a vida, com mais leveza, alegrias, tristezas, medos, raivas, rejeição e surpresa. Tudo tem um grande presente para entregar”, concluiu.